Os representantes do clube alegam que essa suposta mudança de controle, direta ou indireta, fere a Lei da SAF e o acordo de acionistas entre Vasco e 777 Carioca, entidade responsável pela gestão do futebol cruzmaltino no pacto de aquisição.
O pacto de acionistas, estabelecido entre Vasco e 777, possui dispositivo semelhante ao previsto na Lei da SAF, visando proteger contra alterações no controle, sejam elas diretas ou indiretas. Essa cláusula veta a transferência de controle para assegurar a estabilidade do negócio entre as partes.
O que determina a legislação
De acordo com o artigo 6º da Lei da SAF:
“A empresa detentora de participação igual ou superior a 5% (cinco por cento) do capital social da Sociedade Anônima do Futebol deve informar à entidade nacional de administração do desporto e à própria sociedade o nome, a qualificação, o endereço e os dados de contato da pessoa física que, de forma direta ou indireta, exerce controle ou é beneficiária final, sob pena de suspensão dos direitos políticos e retenção de dividendos, juros sobre o capital ou outras formas de remuneração declaradas, até o cumprimento dessa obrigação.”
Ou seja, caso a 777 Partners não esteja mais sob o controle do grupo de Josh Wander, mas sim de Kenneth King, proprietário da A-CAP, a empresa poderá sofrer sanções se não comunicar a alteração de controle aos sócios da SAF e à CBF.
Em entrevista ao jornal britânico “Financial Times”, a A-CAP negou deter o controle da 777 e classificou as acusações como “infundadas, uma tentativa desesperada da Leadenhall de obter pagamentos da A-CAP e prejudicar os segurados da seguradora”.
Conforme a ação movida pela Leanderhall, em reunião realizada em 2 de abril, Josh Wander teria admitido que, na prática, a A-CAP controla o que foi acordado por possuir o poder financeiro necessário. O empresário americano afirmou a importância de manter a empresa em funcionamento para resolver questões e cumprir obrigações.
Tensão no cenário corporativo
A diretoria vascaína busca esclarecimentos sobre as possíveis repercussões dessa transferência de controle da 777. Um dos pontos de interesse é se a A-CAP poderia influenciar nas decisões administrativas, uma vez que Josh Wander, presidente da 777 Partners, também ocupa o cargo de presidente do Conselho de Administração da SAF vascaína. No contrato de investimento da Vasco SAF, Steven Pasko, da 777 Partners, detém o controle final da estrutura da 777 Carioca.
O ge entrou em contato com a assessoria da 777 Partners, porém não obteve retorno. O vice-presidente jurídico do Vasco, Felipe Carregal Sztajnbok, representante da gestão Pedrinho, destacou a importância das recentes acusações contra os americanos.
Sztajnbok questionou Josh Wander sobre as notícias veiculadas na mídia internacional, colocando em dúvida a solidez financeira e a integridade da 777, recebendo uma resposta evasiva do empresário, que minimizou as especulações. O vice-presidente jurídico ressaltou que o clube não está convencido da capacidade financeira da 777 e relembrou que a solicitação de garantias de pagamento feita em setembro foi negada pela empresa.
Ele reiterou que a diretoria continuará avaliando a situação para proteger o Vasco e a Vasco SAF, mantendo o modelo empresarial, mesmo diante de uma possível saída da 777.
Fonte: ge
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