Vasco teve uma queda no desempenho após as lesões de Adson e David.

Quando o Vasco derrotou Cuiabá e Bahia de forma consecutiva, quebrando um jejum de oito jogos sem triunfos, parecia que o time havia se reestabelecido na corrida pelo G-7, colando nos rivais da parte superior da tabela. Entretanto, após duas derrotas para Botafogo e Fortaleza, com atuações decepcionantes, o otimismo deu lugar à frustração. O desempenho do Vasco deixou a desejar.

A queda no rendimento não é um fenômeno recente. A partida contra o Bahia, onde o Vasco saiu vitorioso por 3 a 2, foi o primeiro sinal de um bom futebol em dois meses. Como um time que estava tão competitivo e que oferecia boas performances parou de fazer isso? Que fatores levaram à queda do rendimento do Vasco sob o comando de Rafael Paiva? O ge investiga essa questão.

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Philippe Coutinho em ação pelo Vasco no Brasileirão — Foto: Anderson Romão/AGIFPhilippe Coutinho em ação pelo Vasco no Brasileirão — Foto: Anderson Romão/AGIF

Lesões

Com a presença de David e Adson, o Vasco mostrava um bom desempenho. Assim que assumiu, Paiva confiou na dupla para compor o ataque ao lado de Vegetti e a combinação funcionou bem.

No confronto contra o São Paulo em São Januário, o Vasco fez 4 a 1, com ótimas atuações de Adson e David. A partir daí, o time consolidou uma formação sólida que praticamente não mudava: Léo Jardim, Paulo Henrique, João Victor (Léo), Maicon, Lucas Piton, Hugo Moura, Mateus Carvalho, Estrella (Payet ou JP), David, Adson e Vegetti.

O Vasco tinha um estilo de jogo firme e que estava se consolidando. Defendia-se em um 4-4-2, com o ataque se variando, mas sempre tendo Cocão na saída de bola com os zagueiros, e Hugo Moura e o meia central (Payet, Praxedes ou JP) oferecendo suporte por dentro, enquanto Piton e Paulo Henrique exploravam as laterais, fechando a frente com Adson, David e Vegetti juntos.

A formação do Vasco trouxe resultados positivos rapidamente. A única fase de instabilidade foi logo após quatro vitórias seguidas, quando perdeu para Atlético-MG e Grêmio e empatou com Atlético-GO jogando mal na Copa do Brasil. Contudo, depois disso, o time se recuperou e ficou oito jogos sem perder.

David sai lesionado em Cruzeiro x Vasco — Foto: Gilson Lobo/AGIFDavid sai lesionado em Cruzeiro x Vasco — Foto: Gilson Lobo/AGIF

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Entretanto, no duelo contra o Athletico Paranaense pelo Brasileirão, no sexto jogo dessa sequência invicta, Adson deixou o gramado reclamando de dores. Na semana seguinte, ele optou por se submeter a uma cirurgia para tratar uma fratura por estresse na tíbia direita e ficará fora até o fim da temporada. Um mês depois, David também saiu de cena, lesionando o ligamento cruzado do joelho esquerdo, com previsão de retorno somente em meados de 2025.

Nos 11 jogos que Adson e David jogaram juntos como titulares, dez foram sob o comando de Rafael Paiva, e o desempenho foi excelente. Porém, a performance do Vasco começou a decair com as lesões dos atacantes.

Aproveitamento do Vasco com e sem Adson e David

Ocasiões J V – E – D % Vasco com Adson iniciando como titular 22 11 – 7 – 4 60,6% Vasco com David iniciando como titular 31 11 – 9 – 11 45,1% Vasco com Adson e David como titulares 11 6 – 3 – 2 63,6% Vasco após lesão de Adson 15 5 – 4 – 6 42,2% Vasco após lesão de David 8 2 – 2 – 4 33,3%

Falta de opções

Durante grande parte da temporada, David e Adson não eram considerados indiscutíveis. David foi o que teve mais minutos em campo, enquanto Adson lutou para ganhar espaço com Ramón Díaz e foi utilizado como meia-esquerda com Álvaro Pacheco. Somente com Paiva eles se tornaram nomes incontestáveis do time.

Com as lesões, não só o desempenho caiu, mas a quantidade de finalizações criadas também despencou. Os dados são da Espião Estatístico.

Média de finalizações do Vasco por jogo na temporada

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Finalizações do Vasco Média Temporada 11,3 Brasileirão 10,9 Com Adson e David titulares 12,5 Após último jogo de Adson 9,8 Após último jogo de David 10,5

O Vasco teve dificuldades para encontrar substitutos dentro do elenco. Com a lesão de Adson, a janela de transferências do meio do ano ainda estava aberta, e o clube já havia trazido Jean David e Emerson Rodríguez para aumentar a concorrência no ataque.

Após o desfalque de Adson, Maxime Domínguez foi contratado por possuir características semelhantes às de Adson. Contudo, nenhum dos três novos jogadores conseguiu se firmar no time principal.

Emerson Rodríguez foi o que mais jogou, mas não conseguiu mostrar desempenho para ser titular. O colombiano ainda teve problemas extra-campo, faltando a um treinamento antes do confronto contra o Botafogo, o que fez com que perdesse a confiança da comissão técnica.

Jean David teve algumas chances, mas em suas duas aparições como titular — em clássicos — teve atuações decepcionantes. Maxime Domínguez também teve oportunidades limitadas. Ambos viram seu espaço ser tomado por Puma Rodríguez, que foi improvisado no ataque.

É preciso mudar o repertório?

Frente à falta de opções, um debate surgiu entre os torcedores do Vasco. É hora de Rafael Paiva alterar o esquema para um ataque com três jogadores? Em coletiva após a derrota para o Fortaleza, o treinador mencionou a pausa para a data FIFA como uma oportunidade de implementar mudanças.

— Essa pausa será boa para tentar buscar soluções, pois já temos um jogo complicado contra o Inter, que está se destacando na competição. Vamos tentar entender o que precisa ser ajustado, seja na formação, seja nos jogadores, mas vamos buscar algo que funcione para o jogo contra o Internacional — afirmou Rafael Paiva após a derrota.

Antes das vitórias sobre Cuiabá e Bahia, o Vasco já estava dando sinais de uma fase ruim no Brasileirão. O time ficou oito partidas sem vencer e teve a pausa da data FIFA entre os confrontos contra Juventude e São Paulo para tentar corrigir erros antes da semifinal da Copa do Brasil. Uma tentativa de mudar a formação foi feita com a entrada de Coutinho e Payet juntos, mas não obteve sucesso.

A utilização dos dois atletas tem sido um desafio para Rafael Paiva. Coutinho, ainda em processo de readaptação, não rendeu o esperado, enquanto Payet teve uma atuação abaixo do que poderia contra o Botafogo após uma boa apresentação contra o Bahia. O jogador se queixou de dores e não participou do jogo contra o Fortaleza.

O Vasco deve usar até o dia 21 de novembro para planejar novos ajustes, além de trabalhar na recuperação de Payet e Coutinho, e preparar o retorno de Paulinho ao meio de campo, que deve estar disponível para a próxima partida.

A equipe de Rafael Paiva enfrentará o Internacional em São Januário, buscando uma reação após as duas derrotas consecutivas. O clube almeja uma vaga em uma competição internacional para 2025 e está atualmente na nona posição da tabela, com 43 pontos em 33 rodadas.

Fonte: ge


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