Confira o histórico de lesões ao longo dos anos, desde o início das estatísticas do ge em 2016:
Durante o ano, a equipe de reportagem contou com o apoio dos setoristas do ge dos 20 times que estiveram na Série A do Brasileirão para registrar, um a um, os atletas afastados por problemas médicos. Foram excluídos da contagem aqueles que foram poupados devido a cansaço físico ou questões fisiológicas. Também não foram considerados os casos de Covid, gripes, viroses e outras indisposições.
O Fluminense liderou o ranking de lesões, acumulando 53 casos. Um salto impressionante de 112% em comparação ao ano anterior, quando se destacou como o terceiro time que menos sofreu com contusões. A pré-temporada reduzida após o Mundial e a preparação para a Recopa ajudaram a explicar os percalços físicos que marcaram a temporada nas Laranjeiras.
Logo atrás, o Juventude teve 49 contusões em 62 partidas disputadas em 2024. Os desfalques impactaram diretamente o rendimento do time, que só garantiu a permanência na primeira divisão na última hora do Campeonato Brasileiro. O atacante Gabriel Taliari ficou fora de 30 jogos devido a lesões.
O São Paulo, em terceiro lugar, conseguiu reduzir em 15% as baixas do departamento médico em 2024, porém ainda contabilizou 47 contusões. O caso mais preocupante foi o de Pablo Maia, que perdeu 80% dos jogos da temporada após uma lesão séria na coxa em abril.
Na outra ponta da tabela, o Vasco se destacou com o departamento médico mais vazio na temporada, com apenas 18 casos registrados. Este é o menor número do Cruz-Maltino desde o início das contagens no ge. O principal desfalque da equipe foi o meia Paulinho, que submeteu-se a uma cirurgia e ficou de fora de 54 das 61 partidas do ano.
Paulinho sofre pelo Vasco — Foto: Reprodução/Goat
O Bahia ficou em segundo lugar entre os clubes com menos contusões, registrando 24 baixas médicas durante a temporada e conseguindo manter a maioria de seus titulares longe dos problemas físicos. Jogadores como Caio Alexandre, Cauly, Everton Ribeiro e Jean Lucas não sofreram lesões.
Athletico-PR, Cuiabá e Palmeiras também se destacaram, cada um com menos de 30 contusões no total. Confira abaixo a classificação dos times com mais baixas médicas em 2024:
Ranking: veja os clubes com mais lesões em 2024 — Foto: Infoesporte
Quem mais desfalca cada time
O lateral Diego Palacios, um dos primeiros reforços do Corinthians para 2024, foi o atleta que mais ficou fora por lesões no ano. O equatoriano só jogou uma vez, na derrota por 1 a 0 para o São Bernardo, em 27 de janeiro, pela terceira rodada do Paulistão. Ele sofreu uma lesão meniscal aguda no joelho esquerdo e passou por artroscopia. Mesmo tendo sido convocado para o confronto contra o Atlético-GO em junho, ele teve que passar novamente por cirurgia no joelho apenas oito dias depois.
Ao todo, foram 68 jogos perdidos na temporada do Corinthians devido aos problemas no joelho. Agora recuperado, o Timão espera contar com o lateral para a temporada de 2025.
– Ele encerra o ano com o grupo, participando das atividades normais. Queremos ouvir o atleta; não sou médico, mas ele está entregue (à comissão técnica). Vamos esperar janeiro para que ele possa ter uma sequência com a gente – disse o diretor executivo de futebol do Timão, Fabinho Soldado.
Outro reforço paulista que passou quase todo o ano fora dos gramados foi o atacante Bruno Rodrigues, do Palmeiras. Com uma contratação na casa dos 25 milhões de reais, o atleta também precisou enfrentar duas cirurgias no joelho e não jogou mais desde os dois primeiros jogos do Campeonato Paulista, totalizando 65 partidas fora de ação.
O goleiro Ivan, do Internacional, ocupa a terceira posição entre os que mais desfalcaram. Contratado por R$ 1,5 milhão, ele rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito em sua estreia pelo Colorado e só voltou a ser relacionado para um jogo no último jogo do ano, onde ficou no banco na derrota para o Fortaleza, na 38ª rodada do Brasileirão. No total, foram 62 jogos de ausência durante a temporada.
Neste ranking, não estão incluídas lesões ocorridas antes do início da temporada atual. Portanto, jogadores que já estavam contundidos em 2023 e que também perderam muitos jogos em 2024 não foram contabilizados. A contagem de partidas ausentes é feita desde o momento em que o atleta se machuca até ele ser novamente convocado para algum jogo oficial.
Infográfico dos locais do corpo onde os atletas mais sente lesionam
Pelo nono ano consecutivo, a coxa continua sendo o músculo que mais deixou jogadores da elite do futebol fora de ação na temporada. Os especialistas em medicina esportiva apontam que esse grupo muscular é extremamente exigido durante as partidas, principalmente na velocidade e nas finalizações dos atletas.
No total, foram 330 lesões musculares na coxa em 2024. As lesões no joelho ficaram em segundo lugar, com 116 casos, dos quais 39 necessitaram de cirurgia. Lesões em tornozelos (73) e panturrilhas (54) também se destacaram neste ano. Confira o infográfico detalhado abaixo:
Locais do corpo com mais lesão — Foto: Infoesporte
Na ilustração acima, a contagem total de 760 baixas é devido a alguns atletas apresentarem lesões simultâneas em mais de uma parte do corpo, mas a contagem considera apenas um caso clínico. Um exemplo é o atacante Dinenno, que ficou afastado entre abril e julho por três problemas: edema muscular na coxa esquerda, fratura no nariz e uma cirurgia no púbis.
OBS: Das 721 lesões registradas, 41 não tiveram a localização detalhada pelo clube, ou seja, apenas foi registrado que o jogador estava no departamento médico, mas sem informar qual parte do corpo foi afetada e a gravidade do problema clínico.
Critérios e metodologia
As informações coletadas para esta pesquisa foram retiradas dos sites oficiais de cada um dos 20 clubes que competiram na Série A em 2024, além das informações obtidas pelos setoristas do ge que cobrem o dia a dia dos clubes.
A coleta de dados ocorreu de 1º de janeiro de 2024 até a data da publicação deste material: 20 de dezembro de 2024. Todas as baixas médicas ocorridas fora desse período não foram contabilizadas.
O critério para inclusão de um atleta nesta pesquisa foi o fato de ter sido vetado pelo departamento médico em pelo menos uma partida por motivos clínicos. Todos os problemas médicos que impediram a escalação do jogador para o próximo jogo foram considerados na pesquisa.
Jogadores que foram poupados por cansaço físico ou que apresentaram problemas fisiológicos e casos de covid não foram incluídos. Todos os clubes foram contactados para validação da lista de jogadores afastados no DM durante a temporada.
*Colaboraram Davi Barros, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Igor Mattos, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Zé Victor Meirinho.
Fonte: ge