O Vasco enfrenta uma de suas fases mais críticas no Campeonato Brasileiro, somando sua quinta derrota consecutiva neste domingo, desta vez contra o Bahia, na Arena Fonte Nova. Após o jogo, Fernando Diniz falou sobre a situação complicada do clube em uma coletiva de imprensa.
Diniz descartou problemas de relacionamento com o time e admitiu que a equipe está na luta contra o rebaixamento — atualmente, o Vasco possui 42 pontos, cinco à frente do Santos, que está na zona de risco, situação que pode se alterar ao final do dia de hoje. Questionado se sua boa relação com Pedrinho o deixaria em uma zona de conforto quanto à permanência no cargo, Diniz declarou:
– Não existe conforto no Vasco com cinco derrotas. O Pedrinho gosta muito de mim, mas no dia em que precisar me demitir, ele fará. No entanto, essa não é a questão. Tivemos uma fase de bons resultados, com feitos significativos, como a vitória sobre o Santos e a classificação contra o Bahia. São 14 dias que abrangeram cinco jogos, e que tipo de gestão seria essa? É o problema do futebol brasileiro, onde muitos clubes erram ao demitir sem refletir.
Fernando Diniz em coletiva após Bahia x Vasco — Foto: Reprodução
– Acompanhamos o crescimento de jogadores como Rayan e Paulo Henrique na Seleção, e os colombianos que se destacaram e foram convocados novamente. Tínhamos que ter aproveitado melhor esses 14 dias. Não faltou vontade hoje, mas sim ânimo e concentração. Contra o Juventude e São Paulo, por exemplo, também faltou. O Vasco é um clube de grande história, um dos maiores do mundo. Eu o comparo ao Manchester United, que passou por um período semelhante após 2000.
“O time que dirijo e os jogadores precisam aprender a ser grandes, do tamanho do Vasco. Não podemos deixar a torcida em dúvida. Precisamos ser mais consistentes. O Vasco sempre será gigante, mas o time deve aprender a se comportar como tal”, completou Diniz.
Ele também tocou na questão da atmosfera no vestiário e sua relação com os atletas em tempos de resultados desfavoráveis.
– Em relação a questões do vestiário, são bobagens. Conhecem minha relação com os jogadores. Quem iria quebrar o vestiário? Léo Jardim, Rayan, Vegetti, Coutinho? Coutinho não estava jogando, essa é a temporada em que mais atuou. Há muitos aspectos positivos. As cinco derrotas são pesadas e muito tristes.
Essa sequência se tornou a pior do Vasco até agora no torneio, que já contabiliza derrotas contra São Paulo, Botafogo, Juventude, Grêmio e Bahia. Com isso, a equipe permanece com 42 pontos e pode ver a diferença para a zona de rebaixamento cair para apenas três pontos ao final da 35ª rodada.
– É evidente que estamos lutando contra o rebaixamento, e precisamos pontuar. Faltam três jogos, e isso é crucial. Um dos principais erros é quando as equipes têm a chance de melhorar, mas não tomam as atitudes necessárias.
O Vasco terá dois jogos em casa nas próximas rodadas para tentar reverter essa situação. O time enfrenta o Internacional na próxima sexta-feira e novamente o Internacional em 2 de dezembro, com a participação no Campeonato Brasileiro encerrando contra o Atlético-MG no dia 7, na Arena MRV.
Outros pontos da coletiva
Mudanças drásticas após um início positivo e a sequência de derrotas
– Não foram apenas quatro vitórias. Tivemos uma fase de 12 jogos onde só perdemos para o Palmeiras. Após a goleada contra o Santos, a concentração do time caiu. As cinco derrotas tiveram características distintas. Por exemplo, a derrota de hoje não se comparou à do Grêmio; Juventude e São Paulo foram diferentes. Grêmio e Botafogo tiveram semelhanças, onde a apatia predominou do início ao fim.
Análise da partida
– O aspecto emocional melhorou hoje. A marcação foi mais eficaz, apesar da dificuldade em criar jogadas por falta de confiança. Faltou coragem para entrar na área e finalizar mais. A vontade de marcar foi visivelmente maior, mas a expulsão foi crucial para o resultado. Tomamos um gol novamente por falha que poderia ter sido evitada, uma constante nos últimos jogos.
Estratégia contra o Bahia
– A saída mais longa não ocorreu devido a estratégia, mas pela falta de confiança. O time não se sentiu seguro para jogar curto. O Philippe Coutinho também não estava em campo, o que afetou nosso repertório ofensivo. No segundo tempo, decidimos optar por passes mais longos, conforme a necessidade do jogo.
Recuperando confiança
– Há espaço para correção, e é vital que os jogadores recobrem a coragem para performar como sabem. O time tem mostrado muita dedicação, e acredito firmemente que superaremos essa fase.
Como retomar o bom desempenho, focando na semifinal da Copa do Brasil?
– Hoje, a entrega dos jogadores foi um ponto positivo. Embora não tenhamos encantado, demonstramos uma vontade maior de marcar e competir. Isso gera esperança para os próximos desafios.
Gols sofridos
– Tivemos um período de várias partidas sem sofrer gols, o que coincidiu com as entradas de Cuesta e Robert Renan. Quando o time teve a chance de evoluir e buscar melhores resultados, houve uma acomodação que estamos pagando caro agora.
Fonte: ge







