— Todos puderam notar a evolução em relação ao último e ao penúltimo jogo. Fomos mais incisivos. É muito importante não ter sofrido gol. No aspecto ofensivo, o adversário é perigoso, principalmente no jogo aéreo. Léo Jardim fez duas defesas em chutes de longa distância. Estivemos mais próximos de marcar o quarto e o quinto gols do que eles de fazer o primeiro — analisou o treinador.
Diniz também elogiou Rayan, que se tornou seu jogador favorito desde sua chegada ao Vasco. O jovem atleta marcou o primeiro gol do jogo e tem se destacado nas últimas partidas. O técnico deixou claro que não deseja a saída do jogador na próxima janela de transferências, embora ele seja o principal ativo do clube.
— O Rayan é inegociável. Vender o Rayan agora seria por um valor muito inferior ao que ele poderá valer no futuro. É impossível contratar outro Rayan. Ele estava muito abaixo do seu potencial antes. Esse Rayan é apenas o começo do que eu percebo. Senti uma conexão rápida com ele. É um atleta que deixará muitas saudades quando sair, mas isso não pode acontecer agora. Precisamos encontrar outras alternativas. Ele é insubstituível. Não há outro Rayan. Aquele Rayan que jogava antes estava abaixo do que poderia render. Ele faz parte do que estou planejando para o Vasco — afirmou Diniz.
— Eu trabalho de forma bastante próxima. Tive uma conexão muito fácil com Rayan. Ele tem tudo para brilhar. O estimulo é forte tanto nos treinos quanto nos jogos. Exijo muito, mas também dou apoio. Às vezes, parece que eu conhecia Rayan há muito tempo — encerrou.
Fernando Diniz durante entrevista coletiva após Vasco x Melgar — Foto: Bruno Murito/ge
O técnico reconheceu uma queda no desempenho no segundo tempo. Para ele, isso não se deveu apenas ao cansaço, mas também a uma postura mais relaxada da equipe.
— Tivemos um primeiro tempo muito bom, mas no segundo diminuímos o ritmo. Isso se deve um pouco ao cansaço e também ao relaxamento. Voltamos para o segundo tempo com uma postura mais lenta, o que facilitou a marcação adversária — avaliou o treinador.
— O jogo se tornou mais lento do que deveria. Mas não atribuo isso apenas ao cansaço. No fundo, é um acúmulo. Não tenho mudado a estrutura do time, então o cansaço era esperado. Além disso, se tivéssemos empatando ou perdendo, os erros não ocorriam da mesma maneira. É um ponto que precisamos corrigir. Com mais jogos e treinos, conseguiremos mais agilidade e cometer menos erros — completou sua análise.
A partida desta terça foi um confronto direto pela segunda vaga do Grupo G. Como o Lanús já estava classificado em primeiro lugar, Vasco e Melgar disputavam a vice-liderança: quem ganhasse avançava. Assim, o time vascaíno chegou a oito pontos, superou os peruanos e terminou em segundo lugar no grupo.
Nos playoffs, os segundos colocados dos grupos da Sul-Americana enfrentam as equipes que terminam em terceiro nas chaves da Libertadores. Não há sorteio. O segundo colocado com melhor campanha na Sul-Americana enfrenta o terceiro colocado com a pior campanha na Libertadores. O segundo melhor encara o segundo pior, e assim por diante. Portanto, o Vasco só saberá seu adversário na quinta-feira, após a definição de todos os grupos das duas competições.
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Avaliação até agora
— Com certeza estou satisfeito. Estou feliz por estar no Vasco. Acredito que temos um elenco de bons jogadores que apresentavam um desempenho abaixo do que podem. Uma das minhas missões aqui é conectar o time com a torcida, pois quando a torcida apoia, o Vasco vai bem. Acredito que os jogadores estão evoluindo e estão dispostos a trabalhar. O futuro é promissor.
Garré
— É um jogador que conheço muito pouco. Nos treinos, fui perguntando, assistindo vídeos e me informando. Nos últimos treinos, ele mostrou qualidade e me deu segurança para colocá-lo em campo. Ele joga nessa posição. Se fosse ponta, teria mais características como o Nuno do que como o Rayan. Ele pode atuar como um meia. Não há muita diferença no que espero dele em comparação ao Coutinho, Nuno ou Payet. Ele entrará para ser mais um homem de meio de campo.
— A primeira vez que vi Garré jogar foi hoje. O Alex Teixeira também entrou com boa mobilidade. Isso traz frescor e vitalidade, mas pode sacrificar um pouco a parte tática. Os jogadores que não estão jogando na pausa vão conseguir assimilar melhor o que espero deles em termos táticos.
Confiança na saída de bola
— A forma de jogar e o trabalho emocional estão interligados. Eles ganham confiança durante os treinos. É fundamental ter jogos como o do Fluminense, onde a marcação estava mais ajustada. Há coisas que se conseguem aplicar nos treinos, mas em um jogo no Maracanã cheio, pode ser que haja um pouco de apreensão. Vou mostrando vídeos e, aos poucos, eles ganham confiança.
Nível de estreia
— As coisas estão progredindo. O futebol, assim como a vida, é uma jornada linear. O natural é sempre subir. Contra o Fortaleza, acredito que atingimos o ápice. Contra o Operário, foi um pouco mais baixo. Contra o Fluminense, caiu mais um pouco. Hoje, subimos novamente. Sou muito otimista quanto ao futuro do time.
Coutinho
— É um grande privilégio para mim ter Coutinho no time. Ele é um jogador genial, com uma carreira brilhante, que, na minha opinião, poderia ter sido ainda mais brilhante. Isso é raro. Coutinho irá trazer muitas coisas boas para a torcida do Vasco.
Payet
— Estamos acompanhando sua situação. Ele está há bastante tempo sem jogar e ainda sente algumas dores no joelho. Se ele estiver em condições até sábado, vamos tentar aproveitá-lo, mas não sei se será possível.
Ampliar o placar
— Tivemos três ou quatro chances claras para fazer mais um ou dois gols no segundo tempo. E, como no futebol as histórias são contadas quase retroativamente, se tivéssemos vencido por 5 a 0, o tom das perguntas mudaria, mas o desempenho não teria sido tão superior. Jogamos bem no primeiro tempo, melhor do que no segundo. Lembro de quatro oportunidades muito claras que poderíamos ter aproveitado. Acredito que ainda falta um pouco do Adson. Ele teve uma lesão significativa e, às vezes, ainda sente dores. Pelo que apurei, ele está melhorando essa questão. Precisamos ter cuidado tanto na avaliação quanto nos jogos — concluiu Diniz.
Fonte: ge