Três meses após se juntar ao Vasco, Carlos Cuesta viverá sua primeira experiência em um jogo de mata-mata, logo em um clássico decisivo nas semifinais da Copa do Brasil, no Maracanã. Contudo, essa situação não abala a serenidade do defensor de 26 anos, que impressionou Fernando Diniz desde os primeiros contatos por telefone durante as negociações com o Galatasaray.
Cuesta definiu os próximos dois jogos do Vasco como uma questão de “tudo ou nada” em sua entrevista exclusiva ao ge, antes do jogo de ida contra o Fluminense. Para ele, as partidas de Copa são as mais emocionantes.
— É sempre um desafio jogar as duas primeiras partidas sabendo que é preciso vencer. Se perder, fica fora e só há mais uma chance no próximo ano. Tanto os torcedores quanto nós sabemos que é tudo ou nada — declarou Cuesta.
Com Cuesta na equipe titular, o Vasco conseguiu uma vitória de 2 a 0 sobre o Fluminense no último duelo em que se enfrentaram, no final de outubro, durante um dos melhores momentos do time de Diniz na temporada, completando uma sequência de quatro vitórias seguidas no Brasileirão. Entretanto, o cenário atual é diferente:
— Isso é futebol. Não podemos achar que vencer uma partida em dezembro será fácil apenas porque ganhamos em outubro. Não podemos subestimar o Fluminense só porque eles estão numa boa fase. Em jogos de Copa, os detalhes fazem a diferença. Estamos focados em evitar os erros que cometemos para garantir um lugar na final. Aqui, jogamos por tudo ou nada.
Nos últimos oito jogos do Brasileirão, o Vasco sofreu sete derrotas, o que prejudicou as chances de classificação para a Libertadores. Apesar disso, Cuesta mantém a confiança no grupo e acredita que cada derrota trouxe lições valiosas.
— Cada partida ensina algo. Olhamos como perdemos cada jogo. As derrotas não foram iguais. Em algumas, o rival foi melhor, enquanto em outras, não conseguimos marcar e acabamos sofrendo gols. Precisamos aprender a não repetir esses erros. Não podemos permitir perder cinco jogos seguidos em um clube como o Vasco — ponderou Cuesta.
Retornar ao futebol sul-americano após seis anos na Europa e experimentar a vida no Rio de Janeiro facilitou a adaptação de Cuesta ao clube. O jogador, natural de Medellín, se sente próximo de sua terra natal devido à alegria do Rio e ao clima ensolarado.
O zagueiro também contou com o apoio de compatriotas para se ambientar no clube carioca e na nova cidade. Além de contar com o colega Andrés Gómez, Cuesta mantém contato com jogadores de outros clubes, como Gabriel Fuentes, do Fluminense, e Carrascal, do Flamengo.
— A mudança foi para melhor. Após viver em lugares como Bélgica e Turquia, chegar ao Rio é como voltar para casa na Colômbia, cercado por pessoas alegres e com belas praias. O clima ensolarado faz toda a diferença.
— A recepção da torcida começou antes mesmo da minha chegada, com mensagens me incentivando a vir e dizer que seria feliz aqui. Minha primeira partida em São Januário foi incrível — mencionou Cuesta.
“É uma experiência incrível. O estádio sempre tem uma energia vibrante”, ele revelou.
Aprendizado diário com Diniz
Cuesta se juntou ao Vasco após várias conversas com Fernando Diniz, que o deixaram animado para trabalhar com ele, especialmente pela maneira como as discussões aconteceram.
— Trabalhar com Fernando é ótimo. Conversei muito com ele antes de chegar e já tinha uma boa impressão. A comunicação flui bem, e sinto que é um prazer trabalhar com ele. É um treinador que gosta de ensinar, e eu busco estar sempre aprendendo — afirmou Cuesta.
A intensa participação de Diniz, tanto nas partidas quanto nos treinos, impressiona Cuesta. Ele destacou que já trabalhou com técnicos enérgicos antes, mas a intensidade de Diniz é incomparável.
— O dia a dia com Fernando é muito intenso. Quem assiste aos jogos vê como ele é do banco e essa dinâmica também se reflete nos treinos. Ele tem altas exigências, especialmente da defesa, mas de toda a equipe também. É um treinador que nos ensina constantemente, e isso é muito valioso — concluiu Cuesta.
Veja outros tópicos da entrevista
A estreia com gol em Vasco x Ceará
— Todo jogador espera que a estreia seja bem-sucedida. A torcida do Vasco é incrível. Sentir a energia de São Januário é algo inesquecível.
Chegar com a pressão de solucionar a defesa
— Não presto muita atenção nas redes sociais, a não ser quando um volume maior de pessoas começará a insistir. É quando percebo que a torcida realmente quer me ver jogando e que eles esperam muito de mim.
O que já conhecia sobre o Vasco antes de vir?
— Conhecia a história do Vasco, que é um grande clube na América do Sul. As pessoas na Colômbia reconhecem isso e falam sobre o Vasco de uma maneira admirável, especialmente jogadores que passaram pelo clube.
O que te motivou a vir?
— Este é um ano crucial, especialmente com a Copa do Mundo se aproximando. Quero continuar jogando, mas também depende de mim. Estou focado em mostrar meu valor no Vasco como prioridade e depois pensar na seleção.
Avaliação sobre as oscilações no Vasco
— É importante avaliarmos e entender que, para avançar na Copa do Brasil e no próximo ano, precisamos ser consistentes. Oscilações são complicadas, mas aprendemos com elas para não repetirmos os mesmos erros.
Parceria com Robert Renan
— Com Robert, a sintonia é ótima. Ele é um defensor canhoto de qualidade e nossa comunicação tem sido fluida em campo, o que facilita o nosso trabalho defensivo em conjunto.
Estilo de jogo de Fernando Diniz
— Ele quer que joguemos bem, interpretando o que a partida exige, seja em passes curtos ou longos. Jogamos para avançar e conquistar a vitória.
A postura dentro e fora de campo
— Desde o começo, Fernando ficou surpreso com minha atitude e maneira de conduzir nossas conversas. Isso é natural para mim, fruto da experiência que adquiri ao longo dos anos.
— Durante as partidas, é essencial encontrar um equilíbrio entre ser agressivo e manter a calma, o que é algo que flui naturalmente para mim.



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