Donato sustentou a opinião de que a Espanha não deve ser rotulada como um país racista, mas sim identificada como um local onde manifestações racistas ocorrem. O ex-jogador afirmou que os ataques dirigidos a Vinícius Júnior configuram provocação e não discriminação.
– Não posso afirmar que a Espanha seja racista. O racismo existe. Está presente em todos os lugares. Vinícius irá sofrer por ser sul-americano e por sua cor. Não podemos alterar isso. A única ação que temos controle é a mudança de nossa própria postura e esquecer esses episódios – declarou Donato, que acrescentou:
– É uma estratégia para tentar irritá-lo. Se estou jogando contra ele, o chamo de negro para provocá-lo.
Na percepção de Donato, que também possui nacionalidade espanhola e defendeu a seleção da Espanha entre os anos de 1994 e 1996, a solução para essas situações está na resposta adotada pelas vítimas do racismo. O ex-jogador defende que as provocações sejam ignoradas. Ao mencionar sua própria experiência, revelou ter sido alvo de ofensas sonoras imitando macacos vindas da torcida do Deportivo La Coruña quando enfrentou seu ex-clube, o Atlético.
– As pessoas acabam se influenciando mutuamente. Daí eu digo, joguei contra o Dépor (Deportivo La Coruña), com a camisa do Atlético de Madri. Toda vez que eu tinha a bola, começava o som “uh, uh, uh”. A cada toque na bola, o ruído se intensificava. E eu simplesmente ria – compartilhou ele, como se apresentasse um caminho para resolver os problemas de Vinícius.
– Vinícius precisa perdoar as pessoas, deixar para trás esse tema e focar em jogar futebol, que é sua maior expertise.
De fato, poucos atletas negros enfrentaram o racismo de forma tão direta. A postura de tentar ignorar tais episódios sempre foi bastante comum, uma vez que os esportistas negros raramente contaram com o respaldo da sociedade de forma ampla para adotar uma abordagem mais incisiva diante dessa questão. Este não é o caso de Vinícius Júnior.
Fonte: Extra
Relevo @relevo
Donato, sobre o que acontece com Vinícius.
💬 ‘Espanha não é racista, mas há racismo’.
💬 ‘Se estou jogando contra ele, chamo-o de ‘negro’ para provocar’.
💬 ‘Cada vez que eu pegava na bola, ouvia ‘uh, uh, uh’. Eu ria’.
💬 ‘Não é racismo. É provocação’.
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Fonte: X Relevo