– Tenho sido insistente, incansável para que possamos firmar o potencial seguindo todos os trâmites o mais ágil possível, sem promessas, pois depende dos procedimentos padrões. Se tudo transcorrer dentro da normalidade e conforme o esperado, as obras terão início em dezembro. Isso é um anseio. Pode se concretizar? Pode, pois tudo está progredindo de maneira bastante positiva e será a realização de um sonho se isso se concretizar.
Pedrinho chegou às lágrimas durante seu discurso na reunião pública.
– Eu já analisei este projeto algumas vezes e, sinceramente, foi a única vez que me emocionei ao vê-lo sendo apresentado aqui agora. Cheguei ao clube aos seis anos de idade e muitas vezes dormi sob as arquibancadas. Meu pai era motorista de caminhão de lixo. Agora tenho a oportunidade real de enfrentar este projeto e torná-lo realidade, entregando um estádio à altura do torcedor vascaíno e respeitando a histórica São Januário – comentou Pedrinho, antes de complementar:
Este foi um passo crucial no progresso do projeto de lei referente ao potencial construtivo do estádio. A reunião contou com a presença do presidente Pedrinho, representantes de secretarias do governo e vereadores.
Reuniões públicas são essenciais para o avanço do projeto na Câmara Municipal. Para ser tramitado, o projeto de lei da modernização de São Januário necessita de audiências, elaboração de parecer conjunto das comissões técnicas — o que ainda não ocorreu — e, a partir disso, será encaminhado ao Plenário.
Durante a votação, o projeto pode sofrer emendas parlamentares, ou seja, propostas de alterações no texto, as quais também serão votadas. Caso aprovado, segue para a sanção ou veto do Prefeito.
Projeto de modernização de São Januário:
- Capacidade total: 47.383 espectadores
- Arquibancada em pé: 32.743 (69% do estádio)
- Área do terreno: 63.082,29m2
- Área construída: 379.531,84m2
- Custo da construção: R$ 506 milhões
O vereador Alexandre Isquierdo afirmou que a 777 Partners não detém “absolutamente nenhum controle sobre a instituição e o estádio”. Segundo ele, o benefício será concedido aos torcedores do Vasco, moradores do Rio de Janeiro e à cidade como um todo.
Outra pessoa que discursou foi Vânia Rodrigues, presidente da Associação dos Moradores da Barreira do Vasco. Ela recordou a conexão dos vascaínos com os habitantes locais e a história do Vasco com os Camisas Negras.
– Não posso deixar de saudar a torcida. Pois é a torcida que está lado a lado com a comunidade. É a torcida que, nos momentos bons e ruins, posso dizer que posso contar com esse grupo. Pois quando a comunidade estava alagada, moradores perdendo tudo, pude contar com a torcida. A torcida que arregaçou as mangas e mostrou: “Não somos apenas torcedores, somos Barreira do Vasco”.
– Digo que é o início de uma batalha, mas como moradora de comunidade, amo lutar. Penso que deveria ter nascido há 100 anos, para fazer parte dos Camisas Negras. Pois me vejo nessa luta. Pois, o que eles iniciaram, hoje estamos dando continuidade e construindo uma luta pelo predomínio da igualdade.
Nesta quinta-feira, às 14h, está agendada uma reunião técnica fechada na Sala das Comissões entre vereadores e representantes da Prefeitura para aprofundar o conhecimento sobre o projeto de modernização do estádio de São Januário e avaliar o nível de consenso na Câmara sobre o assunto.
Estão previstas mais duas reuniões públicas: uma em São Januário e outra na Barra da Tijuca, região receptora do potencial construtivo. Ainda não há datas definidas, porém existe a expectativa de realizar a primeira no final de maio e a segunda no início de junho.
O plano de modernização é baseado no que foi elaborado pela WTorre na gestão do ex-presidente Alexandre Campello, elaborado pelo arquiteto Sérgio Dias. A capacidade seria para cerca de 48 mil torcedores. No entanto, o Vasco pode ajustar o projeto, se desejar, mas precisa respeitar as limitações do que já foi aprovado pela prefeitura.
Fonte: ge