O que acontece com um jogador de futebol após a aposentadoria? Dudu, um meia formado nas categorias de base do Vasco, já está se planejando para isso aos 26 anos. Ele equilibra sua carreira atlética com estudos no mercado financeiro, aspirando a orientá-los sobre como garantir um futuro financeiro tranquilo após o término da carreira.
Dudu fez parte da famosa geração 98 do Vasco, que incluiu jogadores como Douglas Luiz, atualmente no Nottingham Forest. Embora tenha sido visto como uma grande promessa, Dudu teve poucas oportunidades na equipe principal, registrando apenas quatro jogos pelo clube e um gol em uma vitória por 5 a 2 sobre o Volta Redonda no Campeonato Carioca de 2019. Ele passou por clubes como CRB e Figueirense antes de atuar em ligas intermediárias da Europa, com o Hapoel Tel Aviv sendo seu último destino, onde enfrentou uma grave lesão no joelho no ano passado, da qual se recuperou recentemente e se sente pronto para voltar aos gramados.
A preocupação de Dudu com suas finanças começou na base do Vasco, quando recebeu um aumento significativo no salário e decidiu buscar conhecimento sobre investimentos, mesmo admitindo que não compreendeu muito da conversa inicial com sua gerente de conta.
“Saí da reunião pensando: ‘preciso me movimentar’. Não posso depender totalmente do que ela me oferecer”, revelou Dudu ao ge. Três anos atrás, ele tornou-se sócio de uma empresa que ele ama e desde então busca disseminar o conceito de liberdade financeira para seus colegas jogadores. Para Dudu, isso significa equilibrar a carreira de atleta com um planejamento financeiro eficaz, possibilitando viver confortavelmente após se aposentar.
Atualmente, Dudu atua como gerente de relacionamento na Az Guidance, uma empresa que atua na gestão de patrimônios. Ele possui certificações relevantes, incluindo uma da ANBIMA e é agente autônomo de investimento pela ANCORD.
“É realmente cansativa a rotina do atleta, com toda a pressão e a intensidade do futebol. Não adianta vivenciar isso por 15 ou 20 anos sem colher frutos depois”, destacou.
Ele observou também que muitos jogadores ainda nutrirem a ilusão de que o futebol é uma carreira eterna, e isso os leva a não se preocuparem adequadamente com a segurança financeira. Dudu comentou situações em que jogadores, apesar de passagens por grandes clubes, se veem despreparados financeiramente após a aposentadoria.
“Descobri que ele só tinha R$ 50 mil”
Dentro do ambiente do futebol, Dudu tem trabalhado para transformar colegas atletas em clientes, ajudando uma empresa que atualmente gerencia cerca de R$ 5 bilhões em patrimônio.
Dudu lamentou que o tema investimento ainda seja visto como tabu entre os jogadores e relatou uma experiência chocante com um amigo que, após uma carreira na Série A, possuía apenas R$ 50 mil em uma conta. “Eu imaginava que ele estava bem estabelecido, mas a realidade era preocupante. A gestão inadequada do dinheiro o levou a essa situação”, contou.
Ele também ressaltou que muitos jogadores cometem o erro de concentrar seus ativos em imóveis, o que pode ser um problema em situações de emergência financeira. “Um amigo, ao encerrar a carreira, tinha R$ 10 milhões em patrimônio, mas apenas R$ 90 mil líquidos. Ele estava vulnerável a endividamentos desnecessários devido à falta de liquidez”, finalizou Dudu.
Fonte: ge
Dudu é sócio de uma empresa que gerencia patrimônios, mas não pendurou as chuteiras — Foto: Arquivo Pessoal





