A decisão definitiva que removeu a 777 Partners e seus representantes do controle da SAF do Vasco gerou questionamentos entre os torcedores. A maior incerteza está relacionada ao aspecto financeiro, fator crucial que levou o clube a adotar o conceito de clube-empresa e comercializar ações do seu departamento de futebol há dois anos. Qual será o impacto financeiro atual da SAF cruz-maltina? A resposta é mais simples do que se poderia pensar.
As finanças da 777 Partners, da SAF do Vasco (bem como de outros clubes em que a empresa detém participação majoritária) são entidades distintas. A SAF vascaína é uma organização estabelecida para gerir o futebol do clube e conta com o CEO Lúcio Barbosa e a CFO Kátia dos Santos em seu quadro diretivo. Kátia é a responsável direta pelo setor financeiro. Sendo assim, a operação não deverá passar por modificações por enquanto.
A SAF do Vasco opera como uma empresa tradicional, com projeções orçamentárias e valores estipulados para as atividades relacionadas ao futebol, como o pagamento de vencimentos e as transferências de jogadores.
Uma abordagem que ajuda a esclarecer essa situação é justamente a atuação do clube no mercado. É de conhecimento geral que os gestores do futebol trabalham com um orçamento específico em cada período de transferências. Esse montante não corresponde aos recursos que a 777 vem injetando, conforme acordado, na SAF. O orçamento é definido dentro da estrutura da própria Vasco SAF após uma série de avaliações.
No início do mês, a SAF apresentou o balanço financeiro referente ao ano de 2023. No relatório, foram mencionadas receitas de R$ 364 milhões, porém um déficit de R$ 123 milhões proveniente de despesas operacionais, por exemplo. Os aportes acordados no contrato com a 777 são fundos que entram na empresa e são direcionados de acordo com as necessidades, desde o futebol até o pagamento de compromissos financeiros.
No cenário atual, o Vasco como associação está supervisionando a SAF, mas a 777 continua responsável pelos compromissos contratuais, como os investimentos. Ou seja, a decisão final, no momento, está com Pedrinho. Contudo, a empresa possui autonomia para seguir com suas atividades.
Fonte: Globo Online