Em seis dos 11 confrontos da equipe no Carioca, a idade média do time titular foi inferior a 23 anos, chegando a 23,3 anos no duelo contra o Madureira. Na quinta rodada, contra o Bangu, a média do time que começou a partida foi de apenas 21,6 anos. Nesses seis jogos, o alvinegro conquistou duas vitórias e um empate, somando três derrotas.
A exclusão dos goleiros da conta teve um motivo prático: facilitar a comparação entre o percentual de tempo em campo dos jogadores sub-23 e sua participação nos gols e assistências do time. Os jovens do Botafogo se destacaram: com 49% do total de minutos, foram responsáveis por 60% dos gols (12) e 8 assistências, um desempenho 11 pontos percentuais acima da sua participação em campo.
O problema é que o Botafogo apresentou a pior média de gols na Série A, com apenas 0,92 por partida, algo que recai sobre os atletas com 23 anos ou mais, que estiveram em campo por 51% do tempo mas somente contribuíram com 40% dos gols e assistências.
Flamengo
O Flamengo também deu o pontapé inicial na temporada com uma equipe jovem e foi o segundo clube que mais usou jogadores sub-23 em campo, com 39% dos minutos, além de terem estado diretamente envolvidos em 39,5% dos gols e assistências.
Nas quatro primeiras rodadas do Carioca, a idade média da equipe foi de 22 anos, conquistando uma vitória, um empate e duas derrotas. Contudo, na quinta rodada, a média disparou para 28,8 anos, na vitória por 2 a 0 sobre o Volta Redonda, em Brasília. Depois disso, o time embalou, vencendo seis partidas e empatando uma.
Considerando todos os jogos oficiais da temporada, o Flamengo possui a maior média de gols, com 2,33 por jogo. Entre gols e assistências, foram 17 participações de atletas com até 22 anos, comparadas a 26 participações dos mais experientes (28 gols e 15 assistências).
Bahia
O Bahia se destacou como a terceira equipe que mais confiou em atletas sub-23, com 35,5% do tempo, responsáveis por 29,5% dos gols. O tricolor encerrou o domingo com a sexta melhor média de gols por jogo (1,92). Nos três primeiros confrontos do Baiano, a média de idade dos titulares foi de 20 anos; depois, isso subiu para 25,3 anos e acentuou-se para 28,8 anos, variando thereafter.
Vale ressaltar que o Bahia escalou o atleta mais jovem do início da temporada, o atacante Ruan Pablo, de apenas 16 anos e meio, que atuou nas partidas contra a Jacuiense (0 x 0), Atlético-BA (0 x 1) e Jacobina (1 x 1). O garoto só marcou em sua quarta aparição, com um gol na vitória fora de casa contra o Jequié (3 x 1).
O Bragantino se destacou pelo uso eficaz de seus jogadores sub-23, que tiveram a maior participação em gols e assistências (19,5%) em relação ao tempo em campo (34,6%), com uma vantagem de 15 pontos percentuais. A equipe garantiu a classificação para enfrentar o Santos nas quartas de final na última rodada do Paulista, mas com apenas 14 gols marcados, é o segundo pior ataque desse início de temporada na Série A (média de 1,17).
Tradição interrompida
Apesar de serem conhecidos como grandes formadores de talentos, clubes como Santos, Internacional, São Paulo e Vitória mantiveram os jogadores sub-23 em menos de 20% dos minutos jogados (o São Paulo, por exemplo, teve apenas 9%). Em tempos de Neymar, Oscar e Alan Patrick, os jovens terão que ter paciência e aguardar sua chance.
Fonte: ge
