Desta vez, a promessa de Ramón Díaz não foi cumprida. Após reafirmar, na semana passada, que o Vasco chegaria à final do Campeonato Carioca, o técnico se deparou com a eliminação diante do modesto Nova Iguaçu. Mesmo com um investimento superior a R$ 100 milhões, a equipe não conseguiu avançar na competição estadual.
A derrota por 1 a 0, no último domingo, no Maracanã, resultou na saída do Vasco nas semifinais do Carioca. No jogo de ida contra o Nova Iguaçu, houve um empate em 1 a 1, que não terminou em uma vitória vascaína graças às defesas do goleiro Léo Jardim.
No segundo confronto, Léo Jardim, convocado pela seleção brasileira, teve pouco trabalho, realizando apenas duas defesas diante dos 13 chutes do Nova Iguaçu no Maracanã. O time comandado por Carlos Vitor, menos agressivo nesse domingo, adotou uma postura mais defensiva e controlou o jogo, assegurando a vitória com um gol de Bill aos 29 minutos do segundo tempo.
Em três confrontos com o Nova Iguaçu no Campeonato Carioca, o Vasco não obteve uma única vitória – acumulou duas derrotas e um empate. O oponente, teoricamente inferior e com um orçamento modesto, foi uma pedra no sapato para Ramón Díaz no início da temporada. Apesar de ter vencido o Botafogo e obtido empates contra Flamengo e Fluminense, o time vascaíno não conseguiu superar o Nova Iguaçu.
“Fico com a imagem dos jogos contra equipes grandes como Fluminense, Flamengo e Botafogo. Não com o desempenho diante do Nova Iguaçu”, ressaltou Ramón Díaz.
A eliminação não apaga os bons jogos nos clássicos, porém, alerta que o Vasco enfrenta dificuldades para impor seu jogo diante de equipes menores e bem estruturadas defensivamente. Para competir no Brasileirão, a equipe precisará aprender a lidar com adversários com o perfil do Nova Iguaçu.
Com o objetivo de levar o Vasco à final, em meio a mais de 60 mil torcedores no Maracanã, Ramón Díaz modificou a escalação e tática. No entanto, suas escolhas se mostraram equivocadas, e ele mesmo assumiu a responsabilidade e pediu desculpas ao final do jogo. Após uma semana de treinos intensos, o time não apresentou um desempenho ofensivo consistente para sair vitorioso.
“Sem dúvidas, todos falhamos, e principalmente eu, como treinador. Quero pedir desculpas aos torcedores, pois todos queríamos disputar essa final”, declarou o argentino.
As decisões de escalar Rojas e Praxedes foram bastante questionadas. Em uma situação em que o Vasco precisava vencer a todo custo, a opção pelo paraguaio se mostrou difícil de compreender. O zagueiro, atuando como lateral-direito, pouco contribuiu ao ataque. A intenção de liberar Piton na esquerda também não surtiu efeito, com os dois laterais apagados no primeiro tempo.
Já Praxedes errou tudo o que tentou desde o início da partida. O meio-campista ajudou na marcação, mas não foi o único culpado pela derrota. No entanto, a torcida manifestou sua insatisfação com o volante, o que pode tê-lo prejudicado ainda mais no Maracanã. O camisa 21 errou passes simples, foi ineficaz na criação de jogadas e desperdiçou oportunidades de avançar.
O Vasco se mostrou inofensivo no Maracanã. Nem mesmo Payet conseguiu se destacar. O jogador assumiu responsabilidades, efetuou bons passes e dominou as bolas paradas, mas a parte ofensiva não funcionou e acabou prejudicada pelo baixo desempenho coletivo.
O intenso calor, com sensação térmica próxima a 60º no Maracanã, afetou a intensidade do Vasco e também do adversário. O jogo, que foi interrompido diversas vezes por faltas e paradas técnicas, não fluía. Porém, não há desculpas para a derrota. O Nova Iguaçu merece méritos, mas o Vasco também tem sua parcela de culpa.
A equipe de Ramón finalizou 11 vezes a gol, porém não ofereceu grande perigo ao goleiro Fabrício, exceto por um chute de Galdames no primeiro tempo e uma cabeçada de Sforza na etapa final. Apesar de corrigir os problemas defensivos do jogo de ida, o treinador saiu insatisfeito com a falta de eficiência na criação e finalização no segundo confronto.
“Estamos todos decepcionados. O Vasco pode jogar melhor do que isso. Da metade do campo para frente, fomos pouco incisivos, e isso nos custou caro”, avaliou o treinador.
O Vasco encerrou a partida com dois centroavantes em campo – Vegetti e Clayton -, além do atacante David. Mesmo assim, não conseguiu pressionar o Nova Iguaçu.
Agora, o Vasco terá aproximadamente um mês para se preparar para o Campeonato Brasileiro, uma espécie de “pré-temporada” no meio da temporada. Ramón Díaz terá desafios a serem superados, mas a diretoria também terá trabalho árduo pela frente.
Técnico, imprensa e torcida foram unânimes nas últimas semanas ao evidenciar as deficiências no elenco do clube. Para competir efetivamente nesta temporada, o Vasco ainda carece de reforços e precisará buscar soluções também nos campeonatos estaduais.
Fonte: ge