O francês e o uruguaio estão passando por diferentes fases de adaptação às equipes. Payet, que foi uma importante contratação na temporada passada para ajudar o Vasco a se manter na elite, iniciou o ano como titular e teve uma boa pré-temporada, além de uma grande atuação recente contra o Bangu.
Já De La Cruz, que fez sua estreia na pré-temporada do rubro-negro em Orlando, vai para seu segundo jogo oficial pelo clube, após atuar por 71 minutos na vitória sobre o Sampaio Corrêa.
O meio-campista atuou compondo o meio-campo pela direita, desempenhando as funções do corredor e aparecendo em vários setores do ataque. Criou boas oportunidades e mostrou que sua versatilidade tem tudo para tornar o Flamengo ainda mais perigoso nas transições e na armação.
No embate contra o Philadelphia Union (vitória rubro-negra por 2 a 0), quando fez sua estreia não oficial, o camisa 18 já havia destacado o “coletivo espetacular” da equipe. Em seu primeiro clássico e primeiro grande jogo pelo Fla, tem a oportunidade de mostrar que pode ser um diferencial em uma temporada em que o rubro-negro almeja conquistar títulos de qualquer jeito.
— (A alta exigência) apressa o processo das ideias, do que pensamos em termos táticos de futebol, de ter quatro jogadores no meio campo de construção ou dois externos de velocidade agudos — explicou Tite após a partida, uma alternância tática que pode influenciar no papel do uruguaio.
O posicionamento em campo também é parte crucial da história de Payet desde que chegou ao Vasco. Anunciado como o camisa 10 que o clube buscava em 2023, o francês precisou se adaptar a um estilo intenso de jogo sem essa exata figura de um articulador centralizado. Caiu pelas pontas, jogou pelo meio quando possível, mas ainda não tinha um papel fixo definido. O que mudou em 2024.
Payet renovado
Empolgado com o desafio no futebol brasileiro, o francês se dedicou muito nas férias, foi acompanhado de perto pelo estafe do Vasco e perdeu oito quilos. Está mais leve, rápido e com energia para atuar em qualquer posição para a qual seja solicitado. Contra o Bangu, jogou os 90 minutos, chegou a fechar a linha como segundo volante após a expulsão de Jair e ainda marcou um golaço que, por pouco, não foi o da vitória cruz-maltina, já nos acréscimos. Agora, faz seu segundo clássico com o rival rubro-negro podendo se consolidar como grande referência do Vasco na temporada.
— É um grande profissional, dá peso ao time, que o está entendendo. Faz diferença, afinal, é um jogador de classe — disse o técnico Ramón Díaz sobre seu camisa 10.
Atletas de gerações diferentes, ambos têm passado complicado em clássicos. De La Cruz vem do River Plate com 12 “Superclássicos” disputados contra o maior rival, o Boca Juniors. Foram quatro vitórias do atleta de 26 anos, quatro empates e quatro derrotas para os xeneizes. O uruguaio, que começou atuando mais longe do gol, registra uma assistência.
Já Payet, de 36 anos, viveu uma rivalidade bem menos balanceada que a argentina enquanto esteve no Olympique de Marselha, seu último clube. Em duas passagens, foram 27 edições de “Le Classique” contra o poderoso PSG, com duas vitórias de Dimitri, seis empates e 19 derrotas. Marcou três vezes e deu cinco assistências. Seu melhor desempenho, porém, era em outro clássico, contra o Lyon.
— Em 2019, no Velódrome, o Olympique celebrava os 120 anos numa grande atmosfera. Ele provocou o técnico Rudi Garcia (ex-Olympique e que tinha ido ao Lyon) antes do jogo e foi excepcional em campo, com dois gols e 60 minutos de altíssimo nível. Foi certamente o maior “jogo grande” dele na França — lembra Thibaud Jouffrit, repórter do jornal Le Figaro.
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Fonte: Extra