Antes de ser retirada do comando do futebol do Vasco pela Justiça do Rio, em atendimento ao pedido da diretoria de Pedrinho, a 777 Partners sinalizou a possibilidade de vender a SAF do clube. Foi estipulado um valor: a empresa estava disposta a negociar sua parcela por R$ 600 milhões.
A transação também inclui a obrigação do comprador de realizar os investimentos previstos no contrato da 777 com o Vasco. Dessa forma, o montante total atinge R$ 1 bilhão.
Até o momento, a 777 já integralizou 31% de suas ações na SAF, correspondente a 31% dos 70% que detém na SAF do Vasco. A empresa realizou um empréstimo-ponte de R$ 70 milhões em 2022, e pagou mais duas parcelas de R$ 120 milhões cada em 2022 e 2023, totalizando R$ 310 milhões. Considerando que o acordo envolvia o pagamento de R$ 700 milhões por 70% da SAF, os R$ 310 milhões correspondem a 31%.
Quando recebeu as primeiras abordagens de interessados, no final de 2023, a 777 nem sequer considerou propostas pela SAF do Vasco. Entretanto, a situação mudou nos últimos meses, inclusive durante diálogos com o proprietário da Crefisa, José Roberto Lamacchia. A empresa americana informou que a negociação seria concretizada se os valores fossem elevados e se aproximassem do dobro do montante que ela já investiu, ou seja, em torno de R$ 600 milhões.
Isso se dá porque a companhia entende que a venda de parte das ações concede o direito de assumir o controle total do negócio – o que seria um diferencial em uma simples compra de ações. Além disso, a aquisição do Vasco foi realizada em 2022, quando o time estava na Série B, e a 777 considera que valorizou o clube desde então, com incremento na receita.
Adicionalmente, qualquer interessado precisa cumprir com os investimentos estabelecidos no contrato original de formação da SAF. Restam duas parcelas: uma de R$ 270 milhões em setembro deste ano e outra de R$ 120 milhões em setembro de 2025 (ambos os valores serão acrescidos de correção monetária).
Ao todo, caso a 777 não reduza suas exigências, o comprador da SAF do Vasco terá que desembolsar R$ 600 milhões para a empresa americana e mais R$ 390 milhões (mais correção monetária) em investimentos.
O cenário diante de uma batalha judicial no Rio de Janeiro se tornou imprevisível. Da América, a 777 acompanhou com surpresa e, conforme declarado em comunicado, “indignação” a decisão favorável ao Vasco de Pedrinho. As conversas agora seguem em um tom menos amistoso do que antes do impasse judicial, embora as relações já não fossem amenas.
Fonte: ge