Vasco e Universidade Veiga de Almeida realizam treinamento sobre racismo no futebol para futuros educadores.

Nesta quinta-feira (14), o Vasco da Gama, em colaboração com a Universidade Veiga de Almeida (UVA), lançou um importante projeto de formação que discute o racismo no futebol, direcionado a estudantes de licenciatura em História. O principal objetivo da iniciativa é preparar os futuros educadores para conduzirem debates sobre essa questão nas escolas públicas e privadas do Rio de Janeiro, promovendo a reflexão sobre inclusão e diversidade tanto no esporte quanto na sociedade.

“O projeto visa conscientizar e formar os docentes para que abordem a temática do racismo no futebol de forma crítica e informativa, ajudando os jovens a perceberem a relevância da luta contra a discriminação em todos os setores,” comentou Giovanni Codeça, coordenador do curso de História da UVA.

Temas abordados na formação

A formação, que faz parte do curso de História da UVA e é promovida pela vice-presidência de História e Responsabilidade Social do Vasco, discute questões essenciais para entender o racismo no futebol, incluindo:

  • A inserção da população negra no futebol brasileiro: Exemplos históricos de clubes como Ponte Preta, Bangu e Vasco da Gama, que enfrentaram desafios para incluir atletas negros em suas equipes.
  • A resistência histórica do Vasco (1924): O momento em que o clube se opôs à exclusão de jogadores negros e pobres, representando um marco contra a discriminação racial no esporte.
  • O goleiro Barbosa e o Maracanazo (1950): Uma análise sob a ótica do racismo, contextualizada em um mural em São Januário, realizado pelo coletivo Negro Muro.
  • A representação do negro na mídia esportiva: Reflexões baseadas na obra “O Negro no Futebol Brasileiro”, de Mário Filho, que discute como o racismo era retratado pela grande mídia.
  • O caso Vinicius Junior: Um exemplo recente de racismo no futebol, que conecta os desafios do passado com os do presente.

“A história do Vasco é um símbolo de resistência e inclusão no futebol. Compartilhar esses relatos com os futuros educadores é crucial para motivar as novas gerações a se levantarem contra o racismo,” enfatizou Walmer Peres, historiador do Vasco e coordenador do Centro de Memória CRVG.

Formação de professores

Neste primeiro momento, a iniciativa está preparando 12 bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), com financiamento da Capes. Esses estudantes, que já estão em atividade nas escolas durante sua formação, terão acesso a recursos didáticos e experiências práticas que os capacitarão a tratar a questão do racismo de maneira crítica e envolvente nas salas de aula.

Fonte: Diário do Rio