— Ele está estável, só continua internado por conta do desmame da medicação que ele recebeu. A alta está bem próxima, prevista para depois de amanhã. Guilherme precisou ficar muito tempo com a prótese ventilatória por conta da pneumonia. Então, teve que receber doses mais altas de sedativos. Agora, a gente precisa fazer a diminuição — frisa Vanessa Barroso, coordenadora da UTI do Hospital Vitória, na Barra.
Diretora da pediatria do Hospital Vitória, Maria da Glória Neiva explica que Guilherme poderá ter uma rotina tranquila em casa, após a alta:
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— Ele terá uma vidinha totalmente normal. A mãe e o pai (Estevão Moura) vão cuidar do acompanhamento. Todo esse carinho é fantástico. Nós estamos emocionados e felizes com a recuperação. Vê-lo recebendo todas essas visitas foi maravilhoso. Apesar da complexidade da condição e da necessidade de ele dar seguimento, as condições são favoráveis. Guilherme está na escola, é muito inteligente. Deverá ter um acompanhamento com nutricionista, pediatra, dermatologista, fazer fisioterapia. É ótimo porque os pais têm a ciência e poderão dar todo o amparo. Aliás, soubemos que Tayane, mãe dele, se formou em Nutrição para cuidar ainda melhor.
No dia a dia, por conta de sua condição de pele, Guilherme vai requerer da família atenção em relação à nutrição e à hidratação. A pediatra Vanessa Barroso detalha:
— Ele precisa ter cuidados com a pele, hidratação, usar protetor solar da maneira adequada. Guilherme adora praia, piscina… Nesses momentos, sabemos que ele faz uso de roupa com proteção ultravioleta, usa luvas, bloqueador solar de quatro em quatro horas. Ele de fato, precisa de muita hidratação na pele. Pode frequentar normalmente espaços ao ar livre. E um cuidadozinho extra é com esportes de muito atrito, que podem fazer lesões. Porque sua pele é mais sensível. Dizemos que ele pode fazer tudo, mas com mais cuidado. E estar sempre bem nutrido.
O fato de o vídeo do menino ter emocionado milhões de pessoas tem, segundo as médicas, ajudado na conscientização da população a respeito da condição de pacientes com epidermólise bolhosa.
— Esse movimento todo traz conhecimento a outras pessoas e contribui para a aceitação, para o acolhimento entre os pares. É importante sempre frisarmos que as lesões não são contagiosas. Foi interessante saber que a escola onde Guilherme estuda o acolhe, as crianças entendem e estão juntas. Quanto mais a população ficar ciente, maior a inclusão — frisa a coordenadora da unidade médica, Maria da Glória Neiva.
O tão esperado reencontro entre mãe e filho filmado pelo pai e publicado na internet teve mais de 90 milhões de visualizações no Tik Tok, onde o perfil de Tayane superou um milhão de seguidores. No Instagram, já são 330 mil seguidores.
Fonte: Agência O Globo