O duelo entre Vasco e Fortaleza vai além dos pontos na tabela, é um confronto com significado. Nesta partida, Ramón Díaz e Juan Pablo Vojvoda, ambos técnicos argentinos, vão se enfrentar à beira do campo, representando diferentes gerações.
No Vasco, Ramón Díaz, um experiente treinador de 64 anos, que conquistou títulos e tem uma reputação mundial no futebol, também fez sucesso como jogador. No Fortaleza, Vojvoda, um treinador de 46 anos que se estabeleceu no futebol brasileiro, elevou o patamar do clube e agora busca coroar seu trabalho com a possibilidade de conquistar a Copa Sul-Americana, em uma decisão contra a LDU daqui a 10 dias no Uruguai.
Apesar da diferença de idade e influências, Ramón Díaz e Juan Pablo Vojvoda são conhecidos por montar equipes agressivas e intensas. O Lance! comparou os estilos e estratégias táticas de Vasco e Fortaleza, que prometem fazer um grande jogo na quarta-feira.
Como joga o Vasco de Ramón Díaz?
Desde sua chegada ao Vasco, Ramón Díaz transformou o time. Taticamente, o Cruz-Maltino aposta em uma saída com três jogadores, formando o esquema 3-4-3 quando está com a posse de bola. Zé Gabriel recua para ficar entre os zagueiros, enquanto os laterais se posicionam bem abertos. Além disso, Praxedes ou Paulinho costumam ditar o ritmo no meio-campo.
Vale lembrar que Paulinho está suspenso e não jogará nesta quarta-feira. O meia recebeu seu terceiro cartão amarelo. A provável substituição será Payet, fazendo com que Marlon Gomes recue para a função de volante.
Na fase defensiva, o Vasco mudou sua formação de um inicial 4-3-3 para um 4-1-4-1. A proposta é pressionar o setor onde a bola está, principalmente pelas laterais, buscando criar superioridade numérica. Assim que a bola é recuperada, a equipe procura Vegetti, que desempenha um papel fundamental na construção ofensiva.
Vegetti costuma sair de sua posição para fazer o pivô, recuando para o meio. Com isso, ele libera o avanço dos dois pontas. Nas jogadas longas, o atacante também é uma opção de passe.
O mesmo movimento de Vegetti na segunda fase da construção é replicado no terço final do campo. O Vasco junta dois atacantes perto da área para segurar os dois defensores. O argentino deixa sua posição para fazer o pivô e abrir espaço para as diagonais dos pontas, além dos avanços dos meias dentro da área.
E o Fortaleza de Vojvoda?
O primeiro princípio do Fortaleza de Juan Pablo Vojvoda é a intensidade na recuperação da posse de bola, que impulsiona a verticalidade no contra-ataque. Além disso, o sistema defensivo da equipe argentina consiste em criar vantagem numérica onde a bola está, gerando situações de 4 contra 3, principalmente.
Na saída de bola, a linha de defesa sobe, com o centroavante pressionando o goleiro, enquanto os pontas se aproximam da dupla de zaga. Os volantes cobrem os meias. A ideia é marcar de forma encaixada e induzir o erro do adversário, em uma contrapressão eficiente.
O esquema de jogo é um 4-2-3-1, com uma saída curta, com um volante próximo aos zagueiros, e Pochettino, partindo do meio, atuando mais pelos lados, formando um trio no meio-campo. Caio Alexandre se destaca como o primeiro pivô na frente dos zagueiros, movimentando-se por todas as áreas e ajudando com passes curtos e longos para laterais ou pontas na frente.
O Fortaleza não busca necessariamente controlar a posse de bola, trocando passes de um lado para o outro. Muitas vezes, os zagueiros e volantes participam da construção, buscando passes em profundidade para quebrar a linha defensiva adversária e atacar em espaços. Assim, a bola chega mais rapidamente à área, onde pode haver uma concentração de jogadores, incluindo três ou até mesmo quatro atacantes.
Fonte: Lance!